PCC EMBRIOLOGIA
Conhecer o processo de gastrulação é importante tanto quando pensamos em aspectos
relacionados à zoologia como à embriologia.
A questão abaixo, retirada da prova do ENADE de 2008, aborda este tema.
Observe a questão com atenção e responda de maneira clara, com suas próprias palavras,
indicando a fonte de onde foram retiradas as informações.
Questão ENADE (2008) O processo de gastrulação de um vertebrado é o período em que são definidos o plano básico do corpo e os três eixos: o da bilateralidade, o dorsoventral e o craniocaudal. Nesta fase, muitas células adquirem seu destino de desenvolvimento e informação sobre posição. A maior parte da formação das camadas germinativas ocorre em um único ponto, o blastóporo, em que as camadas de células em proliferação direcionam-se e dobram-se para dentro da blastocele, originando as três camadas celulares: ectoderme, mesoderme e endoderme. A partir do texto acima, faça o que se pede a seguir: a) Cite dois tecidos originados em cada um dos folhetos embrionários dos vertebrados. b) Que característica comum a Equinodermos e Cordados aparece durante a fase de gastrulação?
Baixe o PDF aqui: PCC Embriologia
Autor: Monica Vianna
Tipo de questão: discursiva
Conteúdo avaliado: Embriologia
Fonte: ENADE Comentado 2008: Biologia
Comentário: Sobre a parte A da questão 40 (Cite dois tecidos originados em cada um dos folhetos embrionários dos vertebrados), as respostas corretas são inúmeras e poderiam incluir as citadas abaixo junto aos nomes dos respectivos folhetos.
- ECTODERME: tecido nervoso;
- MESODERME: tecidos conjuntivo, adiposo, ósseo, cartilaginoso, muscular, cardíaco, sangue;
- ENDODERME: revestimento do sistema digestório**; tecido respiratório**.
Esta questão expõe uma abordagem tradicional da embriologia, o que pode destoar do conteúdo apresentado em disciplinas mais modernas e, de forma especial, na Biologia do Desenvolvimento. Embora sabidamente alguns folhetos contribuam de forma primária e indutora na formação de órgãos e tecidos, é importante salientar que sob uma óptica mais moderna não se atribui uma origem exclusiva a folhetos germinativos. Isto se deve ao fato de que tecidos de variados tipos dependem da interação com componentes derivados de outros para a formação de estruturas coesas e funcionais. Excetuando aqueles derivados de mesoderme, a maior parte dos demais tecidos, mesmo que derivados primariamente de ectoderme ou endoderme, necessitam de interação com mesoderme para formar estruturas funcionais.
O principal motivo, mas não único, para isso é a mesoderme formar o sistema vascular e o sangue, sendo assim necessário nutrir e oxigenar os demais tecidos e suas células. Outras funções de derivados de mesoderme necessárias para vários tecidos incluem proporcionar sistemas de suporte estrutural e isolamento. Alguns tecidos ainda, como o caso da pele cuja formação básica é epiderme de origem ectodérmica e derme de origem mesodérmica, dificilmente poderiam ser considerados derivados exclusivamente de ectoderme ou de mesoderme, por exemplo. Indicar “pele ou tecido epitelial” como oriunda de ectoderme provavelmente seja um erro comum nesta questão, pois muitas vezes coloquialmente se diz que “a pele vem da ectoderme”.
Este mesmo erro pode ocorrer em relação a outros tecidos de origem mista. No caso dos sistemas digestório** e respiratório** normalmente se aceita que sejam considerados de origem endodérmica, embora uma visão mais moderna refute esta exclusividade de origem, uma vez que o revestimento interno do tubo intestinal primitivo vem da endoderme, ainda que os revestimentos, sistema vascular etc. venham de outros folhetos. Esta questão também é afetada por um aspecto semântico que é a distinção entre os termos tecido, sistema e órgão.
Quanto à parte B, pode-se afirmar que tanto equinodermos quanto cordados são deuterostômios, animais nos quais o orifício que guia a gastrulação – o blastóporo – origina o ânus.
Bibliografia sugerida
GARCIA, S.; GARCIA-FERNANDEZ, C. Embriologia. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. GILBERT, S. Developmental Biology. 8th Ed. Sinauer, 2006.
LANZA, R. Handbook of stem cells. Elsevier, 2004.
MOORE, K. L.; PERSAUD T. V. N. Embriologia clínica. 8 ed. Elsevier, 2008.
SADLER, T.W. Langman, Embriologia Médica. 11 ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010. WOLPERT, L. Princípios da Biologia do Desenvolvimento. 1 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário