segunda-feira, 30 de maio de 2016

Prática de Ensino: Introdução a Docência (PEID) Atividade 2

Atividade 2 




SUGESTÕES DE TEXTOS PARA REFLEXÃO

  • Textos para reuniões
http://professoratatianealmeida.blogspot.com.br/p/textos-interessantes.html
  • Texto para reuniões pedagógicas.
http://valdinere123.blogspot.com.br/2014/02/texto-para-reunioes-pedagogicas.html
  • 5 textos de Rubem Alves sobre educação
http://revistaeducacao.com.br/textos/0/5-textos-de-rubem-alves-sobre-educacao-357643-1.asp
  • Pensadores da Educação Conheça as vertentes que marcaram a história da educação e os principais nomes por trás de cada uma 
http://educarparacrescer.abril.com.br/listas/pensadores-educacao-704422.shtml



Postagem 2

Avaliação e comentário: 

DISCENTE: Denise Martins Filetti

SUMÁRIO



1. TEXTO SELECIONADO O aluno computador de Rubem Alves



2. REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO O aluno computador de Rubem Alves



REFERÊNCIAS


1.      TEXTO SELECIONADO
O aluno computador

Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder.
Rubem Alves

Era uma vez um jovem casal muito feliz. Ela estava grávida e eles esperavam com grande ansiedade o filho que nasceria.

Transcorridos os nove meses de gravidez, ela deu à luz um lindo computador! Que felicidade ter um computador como filho! Era o filho que desejavam! Por isso eles haviam rezado muito, durante toda a gravidez.. O batizado foi uma festança. Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.

E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo o que os professores ensinavam. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Não aprendiam. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação, o que não acontecia com Memorioso.

Ele memorizava com a mesma facilidade a maneira de extrair raiz quadrada, reações químicas, fórmulas de física, acidentes geográficos, datas de eventos históricos, regras de gramática, livros inteiros. A memória de Memorioso era perfeita.

Ele só tirava dez. E isso era motivo de grande orgulho para os seus pais. Os outros casais, pais e mães dos colegas de Memorioso, morriam de inveja. Quando seus filhos chegavam em casa trazendo boletins com notas vermelhas, eles gritavam: “Por que você não é como o Memorioso?”.

Memorioso foi o primeiro no vestibular. O cursinho que ele freqüentara publicou sua fotografia em outdoors. Apareceu na televisão como exemplo a ser seguido por todos os jovens. Na universidade, foi a mesma coisa. Só tirava dez. Chegou, finalmente, o dia tão esperado: a formatura.

Memorioso foi o grande herói, elogiado pelos professores. Ganhou medalhas e mesmo uma bolsa para doutoramento no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Depois da cerimônia acadêmica, estavam todos felizes no jantar. Até que uma linda moça se aproximou de Memorioso: “Eu gostaria de lhe fazer uma pergunta”, disse a jovem. “Pode fazer”, respondeu Memorioso, confiante.


Ele sabia todas as respostas. Aí ela fez a pergunta: “De tudo o que você tem memorizado, o que mais te comove?”.

Memorioso ficou em silêncio. Aquela pergunta nunca lhe havia sido feita. Os circuitos de sua memória funcionavam com a velocidade da luz procurando a resposta. Mas ela não estava registrada em sua memória. Onde poderia estar? Seu rosto ficou vermelho. Começou a suar. Sua temperatura subiu. E, de repente, seus olhos ficaram muito abertos, parados, e se ouviu um chiado estranho dentro de sua cabeça, enquanto a fumaça saía por suas orelhas.

Memorioso primeiro travou. Deixou de responder a estímulos. Depois apagou, entrou em coma. Levado às pressas para o hospital de computadores, verificaram que o seu disco rígido estava irreparavelmente danificado. Há perguntas para as quais a memória perfeita não consegue responder. É preciso coração.

2.     2 .  REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO

O aluno computador de Rubem Alves

O texto "O aluno computador" do educador Rubem Alves ilustra de maneira perspicaz e inteligente a necessidade de uma mudança de modelo no sistema formal de educação.
Memorioso, o personagem que possuía uma memória perfeita e inúmeros prêmios e grandes feitos na visão de seus pais e professores, não possuía criticidade, não conseguia emocionar-se e não tinha o que Alves sabiamente chama de “fome de aprender”.
Uma educação que prima por conteúdos, onde o aluno recebe uma quantidade enorme de informações sem que aja uma contextualização ou reflexão dos mesmos, sem que aja uma preocupação com o desenvolvimento do raciocínio lógico e com a cultura geral do aluno, ainda é o sonho de muitos pais, ter filhos que são como  Memorioso, pois ainda é recente a mudança de paradigmas na educação. Ainda estamos num processo de transformação do antigo modelo.
A ilusória sensação de que uma criança é um aluno perfeito porque sabe memorizar uma lista de nomes de estados e capitais ou de palavras que são escritas com dois ss, é somente isso: uma ilusão.
Como futuros educadores é nossa obrigação criar um ambiente favorável à criança, para que esta sinta curiosidade, seja instigada a investigar, a descobrir o porquê das coisas funcionarem de determinadas maneiras e não de outras fomentando a reflexão.
Dar oportunidade dos pais e demais pessoas da sociedade de participarem dessa vivência está, por exemplo, nas feiras de ciências, nas exposições de projetos, desde que nessas feiras e exposições seja dada aos alunos a oportunidade de demonstrar o que aprenderam, inclusive com suas explicações - simples, mas verdadeiras.
É também papel da sociedade e, principalmente dos pais, incentivar e mostrar interesse pela aprendizagem dessas crianças que refletem a futura geração que está aí.
Se não quisermos ter, um exército de robôs, pessoas que somente olham para o próprio umbigo, pessoas que perderam a capacidade de serem rebeldes, críticos, curiosos, não podemos continuar adotando os valores que colocam o "aluno perfeito", o aluno que gabarita os testes padronizados como meta principal de nossa educação.

REFERÊNCIAS


ALVES, Rubem. O aluno computador. Revista Educação, publicado Set/2011. Acesso em Maio/2016. http://revistaeducacao.com.br/textos/118/artigo234093-1.asp





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